Austríaco supera velocidade do som com salto da estratosfera

Foto: Divulgação

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Felix Baumgartner atingiu velocidade de 373 metros por segundo em salto.
‘Eu não senti nada’, diz piloto, sobre momento do recorde de velocidade.

O austríaco Felix Baumgartner superou a velocidade do som ao saltar da estratosfera no início da tarde deste domingo (14). Segundo dados da Associação Aeronáutica Nacional dos Estados Unidos, o piloto atingiu a velocidade de 373 metros por segundo durante o salto (a velocidade do som é de pouco mais de 340 metros por segundo). A associação é o braço norte-americano da Organização Internacional de Recordes.

Brian Utley, representante da associação que analisou os dados do voo, afirmou que o salto foi de pouco mais de 39 mil metros e o tempo de queda livre chegou a 4 minutos e 20 segundos. Utley destacou que os dados são preliminares e ainda precisam ser certificados por outras organizações.

Perguntado sobre como era a sensação de quebrar a barreira da velocidade do som, o piloto disse que “não sentiu nada” e não lembra o momento exato em que conseguiu atingir a velocidade.

“Quando eu estava lá, no topo do mundo, eu não pensava mais em quebrar recordes. Você fica humilde, você só quer voltar vivo. Foi a coisa mais importante do mundo, quando eu estava lá”, disse Baumgartner, na coletiva de imprensa concedida depois do salto.

Baumgartner fala com a imprensa depois de saltar da estratosfera (Foto: Reprodução)

O piloto conta que, quando ele chegou ao local de onde saltaria, disse: “Sei que o mundo todo está me vendo agora e queria que o mundo pudesse ver o que eu vi. Você tem que ir muito alto para entender o quão pequeno é.”

Para o austríaco, o momento mais empolgante do salto foi “quando ele estava no topo do mundo”, pronto para saltar. Já o momento mais bonito, diz ele, foi quando se encontrou com Mike Todd, da equipe que acompanhava a missão: “Ele apareceu sorrindo como uma criança. Nós nos tornamos muito ligados, me sinto como um filho dele.”

Baumgartner afirmou, ainda, que enfrentou problemas na queda, mas a situação já havia sido antecipada. Segundo ele, os giros previstos para a queda acabaram sendo muito violentos, mas a situação foi contornada. Outra dificuldade do salto foi que o piloto perdeu contato com a central responsável pela missão por alguns momentos durante a queda.

Com o sucesso do salto, o austríaco conta que quer “inspirar a próxima geração”. “Quero ajudar quem quiser vir e quebrar meu recorde”, conta.

Jonathan Clarck, diretor da equipe médica do projeto, contou que o piloto usou um sistema de monitoramento durante o salto e os dados obtidos serão usados em pesquisas. “O mundo precisa de um herói e hoje ele ganhou um”, disse.

Salto
Baumgartner saltou de uma cápsula levada por um balão à estratosfera por volta das 15h05. Às 15h11, o paraquedas abriu. Às 15h16, ele chegou ao solo. O salto estava marcado inicialmente para a terça-feira (9), mas foi cancelado devido aos fortes ventos.

O balão que levou a cápsula até a estratosfera começou a subir às 12h30. A subida, que demorou 2h30, atrasou várias horas devido ao vento excessivo em Roswell, nos Estados Unidos, local escolhido para a realização da missão.

Horas antes, Baumgartner colocou seu traje pressurizado, que o protegeu das temperaturas de até 70 graus abaixo de zero registradas na estratosfera e que aclimatou seu corpo antes do lançamento.

Baumgartner coloca seu traje especial para as condições do salto (Foto: Divulgação)

Além de oferecer oxigênio, a cápsula e o traje o protegeram de uma pressão tão baixa que explodiria seus órgãos internos. Para saltar, o austríaco respirou oxigênio puro para eliminar o nitrogênio de seu sangue, que poderia se expandir em alturas elevadas e com isso ameaçar sua saúde.

O início da fase final de preparação do salto estava previsto para as 9h (de Brasília), mas as rajadas de vento atrasaram essa etapa. O projeto foi realizado em Roswell, nos Estados Unidos. “Ocorreu o mesmo que na terça-feira passada, quando os ventos atingiram a parte superior do balão”, explicou Don Day, o meteorologista chefe do projeto à televisão austríaca Servus.

Na terça-feira passada, a subida do balão de hélio foi suspensa devido ao forte vento. Para o lançamento ocorrer, os ventos devem ser de menos de 3 km/h nos primeiros 244 metros. Às 7h55 (de Brasília) foram registradas rajadas de vento de 11 km/h no local da missão.

O balão utilizado é o único de reserva, por isso, se o projeto não fosse realizado neste domingo, seria suspenso por vários meses, já que se ele fosse aberto não poderia ser reutilizado. O tecido sintético do balão é muito delicado, de apenas 0,002 centímetros de espessura.

Fonte: G1

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